segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Recado para as mamães!


Como já mencionado em nossa introdução, o diabetes gestacional pode ser do tipo melito ou do tipo insípido. Neste post trataremos exclusivamento do tipo melito.

O diabetes melito gestacional (DMG) é um distúrbio que aparece pela primeira vez durante a gravidez, em mulheres que apresentam tolerância diminuída à glicose. As mulheres com diabetes diagnosticado antes da concepção não são consideradas portadoras de diabetes gestacional. Em geral, o DMG aparece no segundo ou terceiro trimestre, quando os hormônios antagonistas da insulina associados à gravidez atingem seu valor máximo.

A DMG e a diabetes detectada antes da gravidez possuem implicações diferentes, uma vez que o diabetes “pré gestacional” pode resultar em complicações mais graves, podendo afetar inclusive a organogênese (formação dos órgãos). Tal fato torna maior o risco de aborto espontâneo precoce, defeitos congênitos graves e retardo no crescimento fetal.

Os sintomas da DMG envolvem a poliúria, a polidipsia (sede exagerada) e a perda anormal de peso, sendo este último explicado pela alta demanda de glicose (a mãe tem de fornecer glicose para o feto e para o próprio organismo), que obriga o organismo a buscar fontes alternativas de produção de energia, como a “queima” de tecido adiposo. As causas da DMG estão relacionadas à resistência materna à insulina, gerada pelos diversos hormônios secretados durante a gravidez, por exemplo: as insulinases placentárias degradam a insulina, que é produzida exclusivamente pela mãe; o hormônio lactogênico aumenta a resistência materna à insulina. Ou seja, são dois hormônios que dificultam a “captura” de glicose e podem ocasionar a macrossomia (crescimento fetal exagerado). Todas as gestantes costumam apresentar algum grau de resistência à insulina, mas em pacientes com DMG essa resistência é mais pronunciada.

Dentre os fatores de risco listados no artigo “Atualização Diagnóstica de Diabetes Gestacional” estão:

• Idade acima de 35 anos;
• sobrepeso, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual;
• deposição central excessiva de gordura corporal;
• história familiar de diabetes em parentes de primeiro grau;
• crescimento fetal excessivo, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual;
• antecedentes obstétricos de abortamentos, malformações, morte fetal ou neonatal, macrossomia ou DMG;
• síndrome de ovários policísticos;
• baixa estatura (menos de 1,5 m ).

Inicialmente, o tratamento consiste em uma dieta rigorosa na tentativa de controlar os valores de glicose no sangue; se essa estratégia não funcionar, parte-se para a administração de insulina à gestante, que geralmente volta a apresentar níveis normais de glicose no sangue após o termino da gestação. A dieta recomendada durante a gravidez é de 30 a 35 kcal/kg/dia, composta por 40% a 50% de carboidratos, 20% de proteínas e 30% a 40% de gorduras.

A DMG pode persistir ou não após o parto. Diante disso, infere-se que o acompanhamento médico é de grande importância antes, no decorrer e depois da gravidez.

Fontes:

- Dicionário de Termos Técnicos de Medicina e Saúde; Luís Rey; 2ª edição

- Atualização Terapêutica 2001 - Manual Prático de Diagnóstico e Tratamento; 20ª edição

- Tratado de Medicina Interna; Lee Goldman, Dennis Ansiello; 22ª edição

- Artigo “Atualização Diagnóstica de Diabetes Gestacional”; Yolanda Schrank

http://www.sistemanervoso.com/pagina.php?secao=8&materia_id=526&materiaver=1

http://www.afh.bio.br/reprod/reprod4.asp

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/gestantes/diabetes-gestacional-4.php

postado por Ana Gabriela Gewehr Vale

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