quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Nem só de exercício e dieta vive o diabético

Glicemia alta: o que fazer? Alguns dos tratamentos, conhecidíssimos, são a dieta e os exercícios. Mas é claro que não para por aí e estamos aqui para falar de uma outra opção: hipoglicemiantes orais. Como o próprio nome diz, hipoglicemiantes são medicamentos que diminuem a concentração de glicose plasmática e, para isso, usa várias mecanismos. Alguns desses mecanismos são: o aumento da secreção de insulina, a sensibilização à insulina e a inibição da absorção de carboidratos. Abordaremos aqui um exemplo de cada um desses mecanismos.

Como medicamentos que aumentam a secreção de insulina, podemos citar aqueles do grupo das sulfoniluréias. Esse tratamento é recomendado para diabetes em pacientes não obesos. Eis como esses medicamentos agem: eles se ligam a proteínas relacionadas ao canal de potássio sensível a ATP da membrana das células β-pancreáticas (ou seja, esse tratamento exige células β-pancreáticas saudáveis) e, ao fazerem isso, inibem esses canais ATP-sensíveis, despolarizando a célula. Com a despolarização, ocorre um influxo de cálcio na célula, o que resulta na secreção da insulina. Acredita-se também que as sulfoniluréias possuam algum efeito extra-pancreático, como, por exemplo, aumentam o número de receptores de insulina nas células, pois após algum tempo de uso, os níveis de secreção de insulina voltam a ficar como eram antes (ou até mais baixos!), mas o efeito hipoglicêmico perdura. Como esse método estimula a secreção de insulina, um dos efeitos colaterais é a hipoglicemia – isso mesmo, o paciente passa de um estado hiperglicêmico para um hipoglicêmico.

Como exemplo daqueles medicamentos que promovem uma sensibilização à insulina, temos como exemplo aqueles do grupo das biguaminas. Esses medicamentos estimulam a translocação do GLUT-4 e a atividade da glicogênio-sintetase. A glicose passa a entrar de maneira mais eficiente nas células do fígado (que, então, têm a gliconeogênese freada) e nas células musculares (que, com mais glicose disponível, ativam a via da glicogênese). Além disso, esse tipo de medicamento diminui a hiperlipidemia, reduzindo os triglicéres e o LDL, e aumentando o HDL, tem um efeito emagrecedor e, sendo assim, é indicado para pacientes obesos com diabetes. Dentre os efeitos colaterais, podemos citar diarréia e a diminuição da absorção da vitamina B12.

No último grupo analisado – aqueles que inibem a absorção de carboidratos – temos os inibidores de alfa-glicosidase. Esses medicamentos têm a função de diminuir a absorção de glicose por meio da inibição da alfa-glicosidase, enzima que digere carboidratos (mais especificamente sacarose, amido e maltose) em monossacarídeos durante a absorção intestinal, causando uma redução na hiperglicemia pós-prandial. Os efeitos colaterais estão relacionados ao intestino, como flatulência e diarréia, por exemplo. Como ocorre uma diminuição do ganhe de peso, esses medicamentos são recomendados a pacientes obesos com diabetes.

É claro que um tratamento com dieta e exercícios é mais saudável e recomendável, afinal de contas os efeitos colaterais são poucos (quando existentes). Entretanto, muita gente pensa que o único “remédio” para a diabetes é a injeção de insulina e esquece que isso não adiantaria na diabetes melito tipo 2. Os tratamentos aqui abordados são, portanto, voltados para a DM tipo 2. Agora você já sabe um pouco mais sobre como tratar diabetes! Dissemine o conhecimento e até a próxima, leitores!

Fontes:

-http://www.easo.com.br/Downloads/Insulina%20e%20Hipoglicemiantes%20orais.pdf

- ARAUJO, Leila Maria Batista; BRITTO, Maria M. dos Santos; PORTO DA CRUZ, Thomaz R.. Tratamento do diabetes mellitus do tipo 2: novas opções. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v. 44, n. 6, Dec. 2000 . Available from . access on 30 Nov. 2011. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302000000600011.

Postado por: Matheus Henrique da Silva Durães

Nenhum comentário:

Postar um comentário